A construção civil é um dos setores que mais faz uso de recursos e energias disponíveis para criação de seus projetos. São toneladas de insumos naturais extraídos, um volume significativo de resíduos gerados, além do grande consumo de energia durante a execução da obra e ao longo da vida útil do empreendimento.
“...a construção civil é responsável por 36% do consumo de energia, 38% de emissões de carbono relacionadas à energia e 50% do consumo de recursos naturais. E a perspectiva é que esses índices aumentem em 100% até 2060.” Correio Braziliense, 2022.
Somado a isso, os constantes aumentos de preço da matéria-prima e energia, fazem com que uma forte tendência do setor ganhe cada vez mais espaço: a sustentabilidade. Por meio do uso racional de recursos e energias disponíveis, o mercado busca melhorar o custo benefício dos projetos, reduzir os impactos ambientais e adquirir vantagens competitivas no segmento.
Neste artigo reunimos algumas destas alternativas, para que você possa conferir as principais tendências que vêm ditando o futuro deste mercado.
CONSTRUÇÃO OFF-SITE
Este modelo de construção faz parte dos métodos construtivos modulares, em que a produção da obra será realizada em um ambiente fabril, completamente controlado, gerando peças pré-fabricadas, produzidas fora do canteiro de obras (off-site). Desta forma, as estruturas produzidas serão levadas até o local de construção apenas para realizar a junção das partes, simulando o processo de uma linha de montagem.
Este controle massivo de cada etapa permite incorporar novas tecnologias que utilizam de forma mais racional os recursos naturais e de energia, além de abrir novas possibilidades para a reciclagem de resíduos. Outras vantagens, para as empresas que aderem a este modelo de construção, são: a redução na demanda de mão de obra, processos limpos com menos geração de poeira e entulhos, orçamentos mais assertivos e prazos de entrega mais ágeis, gerando uma otimização para a obra como um todo.
GREEN BUILDINGS
Além de investir em métodos inovadores para execução da obra, é necessário analisar alternativas que permitam a preservação dos recursos naturais em todas as etapas. Aqui entra o conceito dos green buildings que preveem um planejamento sustentável em cada fase do projeto: concepção, construção, operação e eventual demolição.
Para ser um edifício verde, o empreendimento deve atender requisitos de segurança, praticidade e conforto que forneçam benefícios econômicos, ambientais e à saúde. O impacto gerado no meio ambiente deve ser o mínimo possível, pensando em meios para economizar água e energia, até mesmo na seleção dos materiais usados na construção. Por exemplo, o uso de tijolos ecológicos, em contrapartida às opções tradicionais, produzidas por meio de um processo de queima.
Com isso, os green buildings buscam respeitar os principais padrões de sustentabilidade, pensando em soluções econômicas que preservam o meio ambiente. Este tipo de edificação, também, é conhecida por embelezar a cidade com seus característicos telhados verdes, medida popular adotada para diminuir os níveis de CO2 no ar e melhorar a qualidade de vida da população.
APROVEITAMENTO DE RECURSOS APÓS A OBRA
Além de considerar o processo de produção das edificações, é importante pensar em estratégias para o pós, levando em conta questões que impactarão no consumo de energia e recursos durante a vida útil do empreendimento.
Neste ponto deve-se analisar ao longo do projeto alguns questionamentos como:
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De que forma será utilizada a energia elétrica?
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É possível implementar o aproveitamento de água?
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Os dispositivos eletrônicos instalados são opções econômicas?
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A arquitetura dos ambientes permite explorar a iluminação e ventilação natural?
Analisar estes fatores permite chegar a soluções como: o uso de cisternas para aproveitamento da água da chuva, gerando economia para os ocupantes do empreendimento; instalação de painéis solares que irão gerar energia limpa, promovendo a preservação de recursos, inclusive, financeiros; seleção de itens como lâmpadas de led que consomem menos energia; arquiteturas inteligentes que, além de atender demandas estéticas, incentivam o uso do ambiente de forma otimizada, evitando que equipamentos eletrônicos sejam acionados desnecessariamente.
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Além de todos os benefícios gerados por estas práticas, devemos ter em mente que a construção civil é um dos segmentos que mais impacta no estilo de vida de milhares de pessoas, pois seus projetos modernizam a infraestrutura urbana e têm o poder de atuar como agentes da sustentabilidade. Empresas que se preocupam com impactos ambientais, também, se tornam mais competitivas e ganham espaço no mercado.
Diante disso, podemos concluir que pensar no uso racional de recursos e energias, mais do que uma tendência, é uma necessidade para preservar o meio ambiente e se manter ativo no segmento ao longo dos anos
