Você sabe como lidar com os custos indiretos em uma obra? Esse é um desafio comum entre construtoras e pode gerar impactos significativos no orçamento.
Quando esses valores não são considerados, o risco é comprometer a rentabilidade e enfrentar surpresas financeiras ao longo do projeto.
Neste conteúdo, você vai entender como identificar e calcular esses custos de forma mais estratégica, para garantir mais controle e segurança na obra.
Os custos indiretos são todos os gastos que não estão diretamente ligados à execução de uma tarefa específica da obra, mas que são essenciais para que o projeto aconteça. Assim, há certa dificuldade para identificá-los.
Por exemplo:
Os equipamentos para elevar cargas também se enquadram em custos indiretos, já que podem ser reutilizados em outros projetos.
Um projeto que não considera as despesas indiretas pode enfrentar graves consequências, como estouro de orçamento, redução da margem de lucro e até a interrupção das obras por falta de recursos.
Os custos diretos são aqueles que podem ser facilmente associados a uma atividade específica da obra. Por exemplo, a mão de obra contratada para erguer uma parede e os materiais utilizados — como aço, blocos e argamassa.
No entanto, equipamentos usados para serviços pontuais e que têm relação direta com a execução da obra também são custos diretos.
Os sistemas de escoramento se enquadram nesse critério, por serem indispensáveis para a concretagem de lajes, vigas e pilares, isto é, são parte do processo construtivo e estão vinculados a etapas específicas do projeto.
Já os custos indiretos não estão vinculados a um único serviço, como analisamos no tópico anterior. Entender essa diferença ajuda a traçar projetos mais realistas e evitar surpresas no orçamento.
A dificuldade em orçar os custos indiretos começa pelo fato de que eles não estão ligados a uma atividade específica da construção.
Como não são visíveis no dia a dia da execução, passam despercebidos ou são subestimados durante o planejamento. No entanto, quando ignorados, podem trazer prejuízos para o projeto:
Sem considerar os custos indiretos, o projeto pode parecer lucrativo no papel, mas apresentar perdas reais no final.
Diferentes modelos de rateio podem ser aplicados para definir os custos indiretos, dependendo das características da obra e objetivo da construtora com o projeto.
Abaixo, você pode conhecer os principais métodos aplicados na construção civil.
Este método distribui os custos indiretos de acordo com a proporção do faturamento de cada obra.
É o cálculo recomendado quando se tem múltiplos projetos e deseja-se calcular a parte dos custos indiretos correspondente a cada obra, sem fazer um rateio detalhado de cada despesa. Por exemplo:
Os custos indiretos totais são R$ 600.000,00 e precisam ser distribuídos entre as obras conforme sua participação no faturamento total:
A ideia central é que as obras que geram maior receita devem assumir uma maior parcela dos custos indiretos.
O BDI é uma margem percentual adicionada ao custo direto da obra para cobrir despesas indiretas e também gerar lucro. Inclui custos administrativos, impostos, seguros e outros custos que não podem ser diretamente alocados a um item específico da obra.
Se uma obra teve R$ 20.000,00 de despesas indiretas, R$ 200.000 de despesas diretas e uma margem de lucro de R$ 40.000,00, o cálculo do BDI acontece da seguinte forma:
Um BDI de 30% significa que, além dos custos diretos de execução da obra, será acrescido um adicional de 30% para cobrir as despesas indiretas e garantir a margem de lucro da construtora.
Neste método, os custos indiretos são calculados com base na quantidade de profissionais envolvidos em diferentes etapas do projeto. Quanto mais pessoas, maior será a alíquota de custos indiretos atribuída à obra.
Se em uma obra há 200 profissionais e, em outra, 200, a obra com maior número assumirá uma maior proporção dos custos indiretos, proporcional ao número de pessoas empregadas.
É um cálculo útil quando se deseja otimizar a mão de obra e distribuir os custos indiretos de forma justa.
Este método consiste em distribuir os custos indiretos de forma proporcional aos custos diretos de cada atividade ou item da obra.
A ideia é que os custos indiretos sejam “absorvidos” de acordo com o volume de custos diretos gerados.
Neste modelo, os custos indiretos são atribuídos com base nas atividades realizadas na obra. Cada tipo de atividade (como escoramento, fundação ou acabamento) recebe uma alíquota de custos indiretos de acordo com o tempo e recursos que consome.
Se uma atividade mais complexa, como a fundação, exige mais tempo e maquinário, ela terá uma maior parte dos custos indiretos.
A principal diferença entre o rateio por absorção e o rateio por atividade está na forma como os custos indiretos são distribuídos. No método por absorção, os custos indiretos são alocados proporcionalmente aos custos diretos de cada etapa da obra.
Já no rateio por atividade, a alocação é feita com base no consumo real de recursos, considerando as atividades que efetivamente geram custos, como horas de uso de equipamentos e tempo de supervisão.
Ter pleno controle sobre os custos indiretos pode ser o diferencial entre um projeto financeiramente saudável e um que acumula prejuízos. Veja como esse domínio traz vantagens:
Construtoras que calculam corretamente seus custos conseguem oferecer propostas mais justas e atrativas no mercado — sem abrir mão do lucro.
Muitos problemas em obras surgem de falhas na alocação ou entendimento dos custos indiretos. Fique atento aos erros mais frequentes.
É comum misturar despesas administrativas com gastos de execução da obra, o que distorce o orçamento.
Custos com energia, comunicação, deslocamentos, softwares de gestão e manutenção de equipamentos muitas vezes passam despercebidos — mas somam no fim do mês.
Cada tipo de projeto exige um critério diferente de alocação. Por isso, é preciso escolher o modelo de rateio adequado para o momento e projeto em específico.
Custos indiretos variam durante o projeto. Se o orçamento não for revisado, os valores se tornam irreais.
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